domingo, 12 de setembro de 2010

Ponto 5 -Complexo Mairi, Pedreira de Jacobina

Complexo Mairi




Pedreira de Jacobina, afloramento de gnaisses cinza mignatíticos do Complexo Mairi


O ponto visitado situa-se na antiga pedreira de brita de Jacobina, a norte da Estrada que liga Jacobina a Miguel Calmon. Tem coordenadas 11º9'36.6" S, 40º33'22.1"W . O afloramento é constituído por gnaisses tonalíticos com vênulas e sheets de granitos a muscovita, observando-se localmente efeitos de assimilação da rocha tonalítica pelo magma intrusivo.O complexo Mairi é constituído por ortognaisses migmatíticos, de composição tonalítica-trondhjemítica-

granodiorítica, com enclaves máficos e ultramáficos, além de ortognaisse granodiorítico-monzogranítico e magnetita granito subordinado. Destacam-se ainda os corpos máficos-ultramáficos diferenciados que ocorrem nas porções sudoeste e leste do município de Jacobina.



Segundo Rabelo et. al. (1998), o Complexo Mairi está localizado entre a falha curva de Mairi, que o bordeja a leste, e o feixe convergente das falhas que envelopam o Cinturão de Jacobina, a oeste, colocando este em contato com escamas do Complexo Itapicuru. O prolongamento sul da falha de Jacobina, principal estrutura de acavalamento do referido feixe, determina a separação deste bloco com os gnaisses dos blocos do Gavião e Paramirim. Ele é constituído por imbricações dos terrenos gnáissicos do complexo Mairi com terrenos supracrustais metamorfizados e migmatizados do Complexo Ipirá, onde um greenstone belt foi identificado.



O relevo pode ser caracterizado como uma depressão, situada entre os relevos residuais da Serra de Jacobina, a Leste, e a cuesta da Serra do Tombador, a oeste. Em meio a esta depressão observa-se a presença de morros em meia-laranja, isolados, cuja origem aparentemente se relaciona à presença de injeções graníticas, mais resistentes ao intemperismo e erosão, em meio às partes rebaixadas, correspondentes aos gnaisses tonalíticos.



O clima no local é subúmido, e a vegetação, em estado de regeneração, é uma transição entre a floresta estacional e a caatinga



No afloramento existia uma pedreira de brita, desativada atualmente.



Beatriz

Claudia

Laíne

Taise Batista

Patricia

Roberta Conceição

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Ponto 2 - COMPLEXO ITAPICURU, BR 324, Entre o Paraíso e Jacobina

O ponto 02 pertence ao Complexo Itapicuru com coordenadas 11º 12´ 30,4´´S; 40º 20´ 14,8´´W, Tem clima sub-úmido, com solos geralmente espessos, embora localmente encontrem-se neossolos litólicos . A vegetação, pouco variável, é de floresta estacional, parte do Bioma Mata Atlântica. O relevo é suavemente ondulado, no contato com os tabuleiros interioranos (Tabuleiro de Capim Grosso- Tijuaçu) descritos no ponto 1, a fortemente ondulado, constituindo as Serras Azul e da Palmeirinha, onde se torna fortemente ondulado a escarpado, a depender das rochas subjacentes, ver fig. 1.
Figura 1. Em primeiro plano, Tabuleiro de Capim Grosso – Tijuaçu, relevo típico da Formação Capim Grosso. No segundo plano,  relevos ondulados formados em rochas do Complexo Itapicuru. Ao fundo, relevos serranos fortemente escarpados dos quartzitos do Grupo Jacobina.
                                        
O afloramento é um corte de estrada, a sul da estrada Federal que une Capim Grosso a Jacobina. Na parte superior do afloramento pode-se notar a presença de depósitos de sedimentos fluviais caracterizados por grandes seixos arredondados de quartzitos e de quartzo, provavelmente formados pelo  próprio Itapicuru-Mirim ou por seus afluentes.
                                                               
A parte inferior é constituída por rochas metamórficas tais como formações ferríferas, formações manganesíferas, andalusita-xistos,  metacherts e quartzitos ferruginosos (Fig. 2). Os andaluzita-xistos formaram-se a partir do metamorfismo sobre sedimentos argilosos, que foram formados a partir de sedimentos argilosos. As rochas do Complexo Itapicuru têm idade de 2,7 bilhões de anos.
    
Fig.2 Afloramento de rochas metamórficas do Complexo Itapicuru. A= andaluzita-xistos; Mc = metachert; Qf = cherts ferruginosos
                                           
Os sedimentos argilosos que deram origem aos andaluzita-xistos, bem como os metacherts, formações ferríferas e manganesíferas representam deposição em ambiente oceânico profundo, associado a vulcanismo submarino. Embora no afloramento não seja possível verificar a presença de rochas vulcânicas, estas podem ser reconhecidas mais a norte, no Município de Pindobaçu.


Pode-se observar na figura 3 que a foliação destas rochas metamórficas é praticamente vertical. A foliação vertical foi formada há cerca de 2,0 bilhões de anos, quando o paleocontinente Serrinha colidiu com o Bloco lençóis (Sabaté et al., 1991)
Fig. 3. Metacherts e quartzitos com foliação verticalizada. Comprimento da imagem é de cerca de 3 metros.

Neste afloramento, pode-se verificar a forte ação do intemperismo, com formação de caulinita a partir dos xistos, formação de crostas manganesíferas a partir das formações ferríferas e forte oxidação dos metacherts ferruginosos. Na figura 4, abaixo pode-se verificar a presença de massas de caulinita, originadas provavelmente a partir da alteração intempérica de xistos com alto volume de materiais micáceos. Na figura 5, observa-se a cor avermelhada de material fortemente oxidado, possivelmente formações ferríferas.

                                                        
 
                                                  Figura 4 Caulinita formada a partir do intemperismo de xistos. A fotografia tem cerca de 1,5 metros de comprimento

                                                             
Fig. 5.Formaçõs ferríferas fortemente oxidadas


DISCENTES:
Carlos Cavalcante
Cleidiana Alves
Graice Kelly
Maurício Morais
Marcílio Santos
Robério Rodrigues e Juliano Silva.
Samira Araújo
Taísa Simões
Taize Roque

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Ponto 1- Formação Capim Grosso, Estrada Paraíso- Serrolândia

O ponto localiza-se às margens da BA 417, que liga Paraíso a Serrolândia, com coordenadas 11º 18' 41,5''S; 42º 4' 20,5''W

No local aflora a Formação Capim Grosso, composta de areias e sedimentos areno-argilosos subordinados. Segundo Barbosa e Landim (1993) , nas partes basais desta formação podem também ser encontrados conglomerados, em geral limonitizados.



Mapa geológico da Bahia, onde as cores amarelasrepresentam os sedimentos tercio-quaternários

Como resultado da presença destes lençóis de sedimentos parcialmente dissecados, porém com alguma extensão superficial, o relevo é claramente tabuliforme, plano, com suaves ondulações, pertencendo à unidade geomorfológica dos Tabuleiros de Capim Grosso – Tijuaçu (BRASIL, 1983)

O clima é sub-úmido, amenizado pela proximidade da Serra de Jacobina, que atua como uma barreira orográfica, aumentando os totais pluviométricos anuais, e  trazendo como conseqüência o desenvolvimento de uma vegetação transicional entre caatinga e Floresta Estacional, sendo notável a presença freqüente de ouricuri, que constitui a vegetação pioneira nas áreas desmatadas para pastagem e agricultura.



Sedimentos da Formação Capim Grosso, onde desenvolvem-se latossolos


O solo é latossólico (BRASIL, 1983), com horizonte A pouco desenvolvido, cuja diferença, em relação ao horizonte B, subjacente é apnas uma variação de cor, levemente mais acinzentada devido ao húmus. O horizonte B tem cores amarelo-avermelhadas, tipicamente constituído de argilas do tipo caulinita e hidróxidos de ferro (BRASIL, 1983).

A Formação Capim Grosso, graças à predominância de sedimentos arenosos, com elevada porosidade, constitui um aqüífero granular importante, tendo sido explorado pelos moradores locais para abastecimento humano, anteriormente à construção da Barragem de São José do Jacuípe.

A atividade econômica local é a agricultura de subsistência (milho, mandioca, feijão). Graças ao relevo plano e permeabilidade dos solos formados sobre os sedimentos da Formação Capim Grosso, têm sido construídos vários barramentos na região, como Ponto Novo, Pedras Altas e São José do Jacuípe, onde cultura irrigada de fruteiras, principalmente banana, vem sendo implantada.


Referências:

BRASIL. Departamento de Produção Mineral. Projeto RADAMBRASIL. Levantamento de Recursos Naturais, Folha Goiânia (SE-22). Rio de Janeiro 1983.


LANDIM. J.M.L; BARBOSA, J.S.F. Mapa Geológico da Bahia.


Discentes:

Caterine Cardoso
Crizalva Pereira
Eliane Moreira
Josiane Rodrigues
Senilde Amaral